terça-feira, 10 de julho de 2012

Uma Segunda Vida

Esta última semana ficou marcada pelas transferências de dois jogadores com reconhecido cartel no futebol europeu: Clarence Seedorf e Diego Forlán, que defenderão as cores do Botafogo e do Internacional de Porto Alegre, respectivamente. Mas o que realmente significam estas transferências? Uma reforma dourada e livre de pressões de toda a ordem e feitio? Ou um real desafio ajustado às actuais capacidades dos atletas supra mencionados?


Durante muitos anos, fomos habituados a assistir às "fugas" de alguns jogadores veteranos para o El Dorado de outros campeonatos menos competitivos, nomeadamente de países do Médio Oriente onde os petrodólares permitem o luxo de pagar salários principescos a jogadores em fim de carreira, só e apenas para abrilhantar ou conferir algum mediatismo àqueles torneios.

Todavia, ultimamente temos assistido à fuga de alguns jogadores de nomeada para o campeonato brasileiro, reconhecidamente um dos mais competitivos do mundo, não obstante as patentes diferenças - maioritariamente a nível táctico e de velocidade de jogo - em relação ao futebol praticado no Velho Continente. Foi o caso de Deco, Ronaldinho Gaúcho, Marcos Assunção, Sebastian "El Loco" Abreu, Elano, e mais recentemente Seedorf e Forlán. O que se poderá esperar quanto ao lucro desportivo que estes dois craques poderão trazer ao Brasileirão?


A meu ver, esta oportunidade surge como uma hipótese para ambos de "reencarnar" e assumir uma segunda vida, futebolisticamente falando: se para Seedorf, do alto dos seus 36 anos, o desafio do "Fogão" servirá para os adeptos degustarem durante mais uns anos a maravilhosa classe do holandês (afinal de contas, quem sabe não esquece), no caso de Forlán, a passagem pelo Internacional terá como objectivo fazer esquecer duas épocas estéreis do avançado uruguaio - em especial a última, nos nerazzurri de Milão - após um brilhante Mundial 2010. 

No fundo, ambos terão como missão tornar ainda mais competitivo o cada vez mais interessante Brasileirão. Uma segunda vida, que deverá ser aproveitada com unhas e dentes.  

4 comentários:

Falcão disse...

Seedorf é daqueles jogadores que me acompanham desde que vejo futebol. Será com muita pena que o verei, um dia, pendurar definitivamente as botas. Para já, ainda poderemos vê-lo a brilhar (acredito) no Brasileirão. Ele que até fala português brasileiro... e, pelos vistos, foi autodidacta!

JNS disse...

Sinceramente, e apesar de estarmos a falar de dois jogadores que muito admiro, creio que o melhor das respectivas carreiras já passou, no caso do Seedorf, há muito...Mas será interessante vê-los desenvolver o seu futebol em terras de Vera Cruz, sendo que o Seedorf até já é profundo conhecedor das nativas, fazendo uso do brocardo "once you go black you never come back" lolol

Rosa Cueca disse...

Acho que acaba por ser uma questão de honra continuar a lutar por um lugar de destaque nos 11, mesmo após os, supostamente, "melhores anos" terem passado e quando teriam condições para pendurarem as botas e não se preocuparem muito com o futuro devido ao que auferiram durante a carreira.
Separam aqueles que gostam efectivamente do que fazem, dos restantes.

JP disse...

O que mais me espanta foi terem ido para o Brasil e não para o Dubai, Japão ou EUA.

De facto, o Brasileirão está a mudar.