domingo, 23 de setembro de 2012

Shortlist: Mapou Yanga-Mbiwa

Olhando de soslaio para este nome exótico, somos à partida forçados a pensar que se trata de mais um atlético ponta de lança africano a evoluir no futebol francês. Mas não poderíamos estar mais enganados: Yanga Mbiwa é defesa central. E dos bons.

Ainda jovem (23 anos), Yanga Mbiwa é o capitão e o esteio da linha mais recuada do actual campeão francês, o Montpellier. Tendo em conta a sua qualidade, constitui uma surpresa a sua permanência no outsider da época passada. Dotado de uma qualidade técnica invejável até para um centrocampista, é comum vê-lo a iniciar uma jogada de ataque a partir...de trás, qual David Luiz dos relvados gauleses. A estas qualidades alia uma velocidade impressionante, um poder de elevação assinalável e uma leitura de jogo e de ocupação dos espaços ao nível dos melhores na sua posição. Apenas terá de refrear o seu ímpeto ofensivo para se tornar num defesa central 100% fiável (por vezes perde a bola em zonas perigosas nas suas saídas para o ataque), mas nada que o tempo e a experiência não possam resolver.

Fez parte dos pré-seleccionados da selecção francesa para o Euro 2012 mas acabou por não ser convocado. Também foi falado para reforçar o Arsenal no último defeso, mas acabou por continuar em França. Pelo andar da carruagem, palpita-me que em 2014 a realidade será bem diferente.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Antigamente é que era

É cada vez mais comum ouvir dizer-se que "antigamente é que existia futebol a sério". Bem...tal afirmação não é inteiramente verdade, uma vez que, como é do conhecimento geral, estamos hoje em dia perante equipas que praticam um futebol de elevado quilate, como é o caso do Barcelona, do Real Madrid, da selecção espanhola (que no fundo é uma mescla das duas equipas atrás citadas), do Bayern Munique, do Manchester United, só para citar alguns colossos. Porém, compreendo perfeitamente o que querem dizer quando proferem a expressão atrás mencionada: significa que pelo menos há cerca de duas décadas atrás o futebol era mais puro, mais justo, mais...futebol!

Com efeito, em 1996 a Lei Bosman veio transfigurar completamente o mundo do futebol, ao abolir as fronteiras das ligas europeias aos jogadores comunitários. Se antes de ter sido feito jurisprudência com esta Lei, os clubes eram obrigados a cumprir escrupulosamente um rígido limite de jogadores estrangeiros por plantel, a partir de 1996 passou a ser possível uma equipa alinhar com 11 jogadores estrangeiros, se assim lhe aprouvesse. Obviamente que estas novas condições beneficiaram em grande parte os clubes com maior poderio financeiro, que passaram finalmente a poder contratar enormes contingentes de estrelas oriundas de além fronteiras para reforçar e abrilhantar os já de si ricos plantéis. Falo, em particular, das ligas espanhola, inglesa e italiana, que no final do século XX cresceram exponencialmente em virtude da nova "regra".

Por outro lado, os clubes mais pequenos, ou aqueles de ligas mais periféricas - como é o caso do campeonato português - foram manifestamente prejudicados. Em primeiro lugar, porque se antes de 1996 os melhores jogadores portugueses estavam quase todos concentrados em território nacional, após essa data tal facto deixou de ser possível, face ao vislumbre de salários e desafios aparentemente mais atractivos noutras paragens. Em contrapartida, começámos a assistir à chegada em catadupa de jogadores estrangeiros ao nosso campeonato, a esmagadora maioria de qualidade bastante duvidosa, que desvirtuaram completamente a mística dos clubes nacionais. Infelizmente, este fenómeno não se cingiu a Portugal, tendo-se antes alargado a países que no passado contaram com equipas bastante competitivas, como foi o caso da Roménia (e o grande Steaua de Bucareste dos anos 80), da ex-Jugoslávia (do mítico Estrela Vermelha) ou até da França e da Holanda. A questão é que com a Lei Bosman, muito dificilmente o Ajax poderia voltar a contar com um elenco onde figuravam jogadores como Van der Sar, Davids, Seedorf, os irmãos de Boer, Kluivert, Overmars, entre outros, que levantaram o ceptro europeu em 1995. E desde quando poderá o Estrela Vermelha de Belgrado - campeão europeu em 1991 - contar com atletas da igualha de Mihajlovic, Belodedici (que também já havia sido campeão europeu pelo Steaua de Bucareste), Pancev, Prosinecki, Savicevic ou Jugovic?

Estrela Vermelha de Belgrado - 1991

Todavia, em meados do início do séc. XXI começou a assistir-se a um refreio neste frenesim do "jogador estrangeiro", tendo os campeonatos periféricos começado a crescer de forma sustentada, como é o feliz caso do campeonato português. Afinal de contas, o FC Porto venceu a Taça UEFA em 2003, a Liga dos Campeões em 2004 e a Liga Europa em 2011. Por sua vez, o Sporting e o Sporting de Braga almejaram ser finalistas na segunda competição mais importante da Europa, em 2005 e 2011, respectivamente, e o Benfica tem tido sólidas prestações europeias, apesar de não ter alcançado nenhuma final.

Porém, não há bela sem senão. É que ultimamente têm surgido os "novos ricos" do futebol mundial. A moda pegou com Abramovich e o seu Chelsea, tendo-se alastrado nos últimos tempos ao PSG, ao Manchester City, ao Málaga, ao Shakhtar Donetsk, e mais recentemente ao Zenit. Tratam-se normalmente de equipas sem grande história (talvez com excepção do PSG) que subitamente atingem um sucesso meteórico fruto das excentricidade de um multimilionário aborrecido que não tem onde gastar o dinheiro e decide jogar Football Manager na vida real. Ora, a meu ver, este estado das coisas é perigosíssimo para o futebol, dada a sua deslealdade e desigualdade em termos financeiros, podendo criar sérios desequilíbrios em sede de competições europeias, já sem mencionar as óbvias repercussões a nível interno.

Ibrahimovic no dia da apresentação do novo rico PSG

Por isso eu subscrevo e assino por baixo: antigamente o futebol é que era!

sábado, 15 de setembro de 2012

À espera do próximo Helicopter Day


Após a pausa para jogos das selecções na fase de apuramento para o Mundial de 2014, eis que regressam ao activo os campeonatos por essa Europa fora, exceptuando, claro está, Portugal onde se teima em fazer calendários que ninguém percebe e que contribuem para arrefecer a paixão pela modalidade.

Feito este reparo, recuperemos o expoente máximo da loucura do futebol na época transacta. Sem prejuízo da falibilidade própria de qualquer opinião, não estarei a cometer qualquer sacrilégio ao apontar o Manchester City – Queens Park Rangers (QPR) da última jornada da Premier League como o momento alto do ano futebolístico 2011/2012. Os condimentos estavam todos lá: duas equipas com objectivos em jogo na última jornada – uma à procura da conquista do título de campeão que lhe escapava desde a época 1967/68, a outra com a permanência na Premier ainda por confirmar -; uma equipa multimilionária a ter que lutar  não apenas contra o adversário mas ainda contra o peso da enorme responsabilidade do momento; um estádio lindo, a abarrotar de adeptos desejosos por festejar tão ansiada conquista.

As coisas até começaram bem para o Manchester City quando o argentino Zabaleta deu vantagem ao City aos 39 mins. da 1ª parte. Sabendo da importância e influência que um golo em cima do intervalo tem no desfecho de um jogo, parecia que o City estava com uma mão no título... Nada mais errado! Logo no início da 2ª parte, Cissé fez o empate aos 47 mins. depois de falha imperdoável de Lescott. Dali a pouco, Barton, um verdadeiro selvagem, decide agredir Tevez e é expulso aos 54 mins. Não satisfeito, ainda pontapeia Aguero antes de abandonar o campo. Dada a maior qualidade dos jogadores do City, e agora em vantagem numérica, pareciam reunidas as condições para que o City voltasse a pegar no jogo e construir uma vitória com relativa tranquilidade. Mas o futebol é avesso a lógicas... E os Deuses decidiram que deveriam ser os underdogs a assumir a liderança (1-2) aos 65 mins. O susto de perder o campeonato em casa instalou-se no espírito dos Citizens... Esse susto foi sendo paulatinamente agudizado à medida que os minutos foram passando sem que o marcador mexesse, dando lugar ao medo, à histeria, à pura demência! Porém, os Deuses do futebol também gostam de finais felizes e, num ápice, aos 91 mins. e 93 mins., Dzeko e Aguero respectivamente conseguem virar o resultado, dando a vitória 3-2 ao City que lhe permitiu conquistar o título 44 anos depois... ao eterno rival Manchester United! Memorável!



A já longa história do futebol brindou os adeptos do desporto-rei com centenas de dias inesquecíveis como este. Contudo, nenhum deles terá proporcionado um episódio tão caricato quanto o que de seguida se relata. Época 2004/2005,  os dois rivais de Glasgow – Celtic e Rangers – entram para a última jornada com hipóteses de serem campeões, embora o Celtic partisse em vantagem na corrida ao título porquanto tinha 2 pontos de avanço sobre os Rangers. Ambos jogam fora: o Celtic contra o Motherwell, os Rangers contra o Hibernian. Está um helicóptero estacionado entre as duas cidades pronto a aterrar num dos estádios para entregar o título ao futuro campeão escocês. Tudo começou bem para o Celtic quando aos 29 mins. do seu jogo se coloca em vantagem 1-0 com golo de Chris Sutton. Com este golo, com este resultado, de nada valia a vantagem do Rangers que vencia 1-0 fora perante o Hibernian. Estes resultados mantiveram-se até muito próximo do fim pelo que as autoridades da Scottish Premier League deram ordem para o helicóptero partir em direcção a Motherwell para entregar o troféu ao Celtic. Mas no futebol os jogos só acabam quando o árbitro apita e dois golos de Scott McDonald aos 88 e 90 mins. do jogo colocaram o Motherwell a vencer o Celtic 2-1 e ofereceu o título de campeão ao Rangers. Ficaria célebre a reacção do comentador escocês ao 2º golo do Motherwell: “the helicopter is changing direction”! E assim foi. Épico!



Nós, os amantes do futebol, ficamos ansiosamente à espera do próximo Helicopter Day!

sábado, 21 de julho de 2012

Shortlist: André Martins

Para além do circo dos dirigentes e da permanente polémica em relação às arbitragens, a actualidade do futebol português é marcada por uma ausência preocupante de qualidade nas camadas jovens. Num país onde a matéria prima é limitada em termos quantitativos, urge encontrar jovens valores que dêem continuidade ao assinalável trabalho - e aos resultados - que tem vindo a ser protagonizado pela Selecção Nacional.

E eis que, no meio do deserto de jovens talentos, surge o sportinguista André Martins. Com 22 anos, deveria já ter explodido e ser uma referência no clube onde actua, bem como já ter uma ou outra internacionalização pela Selecção "A". Porém, a falta de apostas nos jovens portugueses por parte dos três grandes poderá ser em parte uma explicação plausível para justificar este panorama.


Passando ao que realmente interessa: André Martins. A sua pouca robustez física (1,69m e 61kgs) é inversamente proporcional à sua capacidade técnica e visão de jogo. De cabeça sempre levantada em busca da melhor linha de passe e das constantes movimentações dos seus colegas de equipa, André Martins revela uma maturidade bastante desenvolvida para a sua idade. Precisa urgentemente de ser uma presença constante no onze leonino de forma a ganhar confiança e ritmo continuado de jogo, para que se sinta importante e útil na equipa. Aliás, basta ver um jogo dos Sub-21 nacionais e observar a classe com que André Martins desempenha o papel de maestro, sendo o verdadeiro motor de jogo da equipa, o dínamo que faz a frente de ataque funcionar.

A confirmar-se o seu talento e a constituir uma aposta contínua, poderá estar aqui um caso sério do futebol nacional, a ser tomado em conta para se tornar numa opção mais que válida para o Mundial 2014, que se realizará no Brasil.

terça-feira, 10 de julho de 2012

Uma Segunda Vida

Esta última semana ficou marcada pelas transferências de dois jogadores com reconhecido cartel no futebol europeu: Clarence Seedorf e Diego Forlán, que defenderão as cores do Botafogo e do Internacional de Porto Alegre, respectivamente. Mas o que realmente significam estas transferências? Uma reforma dourada e livre de pressões de toda a ordem e feitio? Ou um real desafio ajustado às actuais capacidades dos atletas supra mencionados?


Durante muitos anos, fomos habituados a assistir às "fugas" de alguns jogadores veteranos para o El Dorado de outros campeonatos menos competitivos, nomeadamente de países do Médio Oriente onde os petrodólares permitem o luxo de pagar salários principescos a jogadores em fim de carreira, só e apenas para abrilhantar ou conferir algum mediatismo àqueles torneios.

Todavia, ultimamente temos assistido à fuga de alguns jogadores de nomeada para o campeonato brasileiro, reconhecidamente um dos mais competitivos do mundo, não obstante as patentes diferenças - maioritariamente a nível táctico e de velocidade de jogo - em relação ao futebol praticado no Velho Continente. Foi o caso de Deco, Ronaldinho Gaúcho, Marcos Assunção, Sebastian "El Loco" Abreu, Elano, e mais recentemente Seedorf e Forlán. O que se poderá esperar quanto ao lucro desportivo que estes dois craques poderão trazer ao Brasileirão?


A meu ver, esta oportunidade surge como uma hipótese para ambos de "reencarnar" e assumir uma segunda vida, futebolisticamente falando: se para Seedorf, do alto dos seus 36 anos, o desafio do "Fogão" servirá para os adeptos degustarem durante mais uns anos a maravilhosa classe do holandês (afinal de contas, quem sabe não esquece), no caso de Forlán, a passagem pelo Internacional terá como objectivo fazer esquecer duas épocas estéreis do avançado uruguaio - em especial a última, nos nerazzurri de Milão - após um brilhante Mundial 2010. 

No fundo, ambos terão como missão tornar ainda mais competitivo o cada vez mais interessante Brasileirão. Uma segunda vida, que deverá ser aproveitada com unhas e dentes.  

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Espanha – o “catenaccio” da posse de bola?


Acabou-se o Euro 2012. À partida para esta competição, a maioria dos adeptos do futebol e as bolsas de apostas apontavam Espanha, Alemanha e Holanda como os grandes favoritos a levantar o troféu, com Espanha à cabeça por ser o campeão europeu e mundial em título. Não causa, portanto, estranheza a vitória de nuestros hermanos que, de facto, estão a tirar o máximo partido da sua geração de ouro contando com jogadores fortíssimos a manter e a gerir a posse de bola bem como a aproveitar cada nesga de terreno livre para aplicar passes entrelinhas, verdadeiras sentenças de morte para as defensivas contrárias.



Como adversário na final, a Espanha teve a (quase) sempre competitiva Itália,  um país que foi berço de umas das filosofias de jogo mais conhecidas do mundo do futebol – admirada por uns, abominada por outros. Falamos do catenaccio! Uma filosofia de jogo assente num bloco baixo, elevada concentração de jogadores na zona defensiva quando o adversário tem a posse de bola, e ainda uma forte aposta nas transições ofensivas com vista a aproveitar cada oportunidade para marcar o golo que possibilite manter a toada de jogo baseada na organização defensiva. Obviamente, como quase tudo que rodeia o futebol, esta filosofia de jogo dividiu opiniões. Os admiradores da componente táctica viam no catenaccio o exemplo máximo da ciência aplicada ao futebol. Já os apologistas da vertente técnica sempre encontraram no catenaccio uma barreira inaceitável ao bom futebol, um verdadeiro sacrilégio na medida em que a preocupação maior estava em impedir o futebol do adversário ao invés de estar centrada na procura pelo golo que, no fundo, é a essência do beautiful game.

Mas será que o catenaccio tem que obrigatoriamente assentar numa filosofia de jogo defensiva? A resposta é não. Na verdade, pode-se impedir (ainda com maior eficácia) que o adversário crie perigo adoptando uma filosofia de jogo tendencialmente atacante. Como? Tendo bola, escondendo-a do adversário. Como é óbvio, enquanto o adversário não tem posse de bola, as probabilidades de sofrer golos são ínfimas. Os expoentes máximos deste novo “catenaccio da posse de bola” são, sem sombra de dúvida, o FC Barcelona e a selecção espanhola. E porquê estes? Porque têm jogadores para isso, nomeadamente dois jogadores de meio-campo exímios a conservar a posse de bola e a pautar o jogo: são eles Xavi e Iniesta.

  
Por isso, o “catenaccio da posse de bola” não é para quem quer... é para quem pode!

domingo, 1 de julho de 2012

Olho para o negócio: boas soluções em tempos de crise

Com o aproximar da pré-época, é natural que comece a tão aguardada dança das transferências, compreensivelmente apelidada de silly season, fruto dos infindáveis rumores (sustentados ou não) que a caracterizam. Porém, e especialmente em época pós-Euro, existem muitos jogadores super inflacionados precisamente em virtude do referido certame: é o caso, por exemplo, de João Moutinho, Bruno Alves ou Miguel Veloso, do lado português; Bendtner, Modric, Strinic, Dzagoev, Gebre Selassie, Jiracek, Pilar, Yarmolenko ou Konoplyanka, só para citar outros casos de jogadores "da moda" cujo valor aumentou exponencialmente com a sua participação no Euro, e que, portanto, os clubes neles interessados terão de abrir os cordões à bolsa caso queiram contar com os seus préstimos.

Todavia, existem, a meu ver, três categorias de jogadores que seriam óptimas oportunidades de negócio nesta época estival: a) Jogadores que não participaram no Euro 2012; b) Jogadores que, tendo feito parte dos plantéis que participaram no Euro, não jogaram ou tiveram uma participação reduzida; c) Obviamente, os jogadores livres, que não representam qualquer custo (tirando os salários e possíveis comissões) para os clubes interessados.

a) Começando pelos jogadores que não participaram no Euro, temos um vasto leque de atletas que poderiam ser óptimos investimentos, tendo em conta o binómio qualidade/preço. Citando alguns exemplos:

- Dries Mertens. Este extremo belga do PSV é um excelente jogador para qualquer equipa de média/grande dimensão. Extremamente veloz e incisivo, alia a imprevisibilidade técnica a um poder de finalização muito interessante para um jogador que não é um avançado puro.

- Georginio Wijnaldum. Também do PSV, o jovem "10" holandês seria uma excelente aquisição para qualquer clube da alta roda europeia. Vítima do excesso de qualidade no seu raio de acção, não foi convocado para o Euro. Todavia, é questão de tempo até se tornar num indiscutível da selecção das túlipas.

- John Guidetti. Este jovem sueco, emprestado pelo Manchester City ao Feyenoord na época finda, falhou o Euro por lesão. Porém, 20 golos em 23 aparições não é coisa que passe despercebida. Sem grande espaço no clube inglês, decerto vingaria no futebol português.

John Guidetti

- Manuel Fernandes. A grave crise financeira do seu clube, o Besiktas, pode ser meio caminho andado para adquirir este médio centro completo a um preço bastante acessível. Causou alguma estranheza não fazer parte dos 23 eleitos da Selecção Nacional, mas o clube que o levar nesta nova época agradece.

- Milos Krasic. Extremo sérvio que joga (pouco) na Juventus. Um caso estranho de sub-rendimento e pouca sorte no futebol italiano, após várias épocas brilhantes ao serviço do CSKA de Moscovo. Já exigiu sair do clube transalpino, pelo que não será de ignorar sondar os seus serviços. Traria qualidade ao futebol português.

Também poderia referir outros atletas, como Burak Yilmaz (34 golos ao serviço do Trabzonspor) ou Bas Dost (31 golos pelo Heerenveen), mas já houve quem se adiantasse a garantir a sua colaboração. Lazio e Wolfsburg, respectivamente. Simão Sabrosa também poderia ser um reforço interessante.

b) Não obstante terem marcado presença no Euro, não fizeram/não tiveram oportunidade de mostrar o seu valor e, consequentemente, "inchar" o valor do seu passe, constituindo por isso alvos interessantes:

- Ricardo Quaresma. Tal como acontece com Manuel Fernandes, a situação financeira do clube turco pode potenciar a sua saída a um preço acessível. Uma excelente opção para qualquer clube português (e não só).

- Hugo Viana. Seria sem dúvida um jogador que faria a diferença num campeonato periférico (Grécia, Turquia, Rússia...), bem como num grande do futebol português.

- Kevin Strootman. Não jogou um único minuto na selecção holandesa, mas este médio centro do PSV será decerto um caso sério nos próximos anos. É agarrá-lo enquanto é tempo, para quem quiser um Van Bommel mais evoluído tecnicamente (também joga um pouco mais adiantado).

Kevin Strootman

- Anders Lindegaard. Quem quer um óptimo guarda redes que não é titular nem no seu clube (Manchester United) nem na sua selecção (Dinamarca)? Com 28 anos, está prestes a atingir o pico de maturidade como futebolista. Dado o papel secundário que tem tido nos últimos anos, seria uma excelente aposta para assumir a titularidade de um clube que jogue na Liga dos Campeões.

- Steve Mandanda. Nunca tendo saído da Ligue 1, o guarda redes do Marselha e suplente dos Bleues está na hora de dar "o salto", sob pena de cair em processo de estagnação. A Premier League seria uma boa aposta.

c) No final de cada época existe invariavelmente uma miríade de jogadores que não renovaram o vínculo contratual com os clubes empregadores. Este ano temos alguns "casos" interessantes como José Bosingwa, Alessandro Del Piero, Salomon Kalou, Tomas Sivok, Lukasz Fabianski, Markus Rosenberg, entre outros. Quem pagar mais leva!

Salomon Kalou