quarta-feira, 9 de maio de 2012

Mais que um estádio... uma bancada: Spion Kop!


É no estádio que tudo acontece. É lá que os adeptos indefectíveis se reúnem, faça chuva ou sol, para apoiar o seu clube, e onde as claques preparam coreografias de fazer corar qualquer encenador. É no estádio que os jogadores demonstram a sua habilidade, ou falta dela, levando a que uns entrem no grupo restrito daqueles que serão eternamente recordados e que outros fiquem vetados ao esquecimento.

Existem estádios que impressionam (ou impressionavam) pela sua grandeza: o Camp Nou (Barcelona), o Maracanã (Rio de Janeiro), o Estádio Azteca (Cidade do México) ou o antigo Estádio da Luz, qualquer um deles, nos seus tempos áureos, com capacidade para mais de 100.000 espectadores!!! Também há os que encantam pela sua beleza - o Allianz Arena (Munique), o Emirates e o novo Estádio de Wembley (ambos em Londres) – ou pela sua singularidade – o Estádio Axa (Braga). E ainda há os estádios míticos, nomeadamente em Inglaterra, que sobrevivem a longas décadas de jogos semana-sim semana-não, testemunhos “vivos” da história de clubes como Manchester United, Tottenham, Newcastle ou Everton, só para citar alguns.

E depois... Bem depois existe uma bancada que transcende a relevância do seu próprio estádio. O estádio: Anfield, casa do Liverpool F.C. A bancada: Spion Kop, o topo sul do estádio.



Baptizada assim pelo jornalista local Ernest Edwards, o nome Spion Kop ficou a dever-se a um monte situado na África do Sul, um local estratégico de elevada importância militar na Segunda Guerra do Boers (1899–1902) e onde centenas de soldados britânicos perderam a vida, muitos deles oriundos da zona de Liverpool. Ainda que vários tenham sido os estádios britânicos (de futebol e não só) a adoptar “Spion Kop” ou “The Kop” para nome de alguma das suas bancadas, a verdade é que foi a de Anfield que se notabilizou e conquistou um espaço na história do futebol mundial. Foi aquela bancada, pela força que dela emanava, que empurrou o Liverpool F.C., um clube de uma cidade de apenas 400.000 habitantes, para conquistas invejáveis e quase inimagináveis, inspirando jogadores como Bruce Grobbelaar, Ray Clemence, Graeme Souness, Kevin Keegan, Ian Callaghan, Kenny Dalglish ou Ian Rush naquela notável era que se estendeu desde meados da década de 70 até ao fim da década de 80, e que se saldou, entre outros, em 10 títulos de campeão inglês (em 15 possíveis) e em 4 Taças dos Campeões Europeus.



É na Spion Kop que o lema “You’ll never walk alone” tão invocado pelos adeptos do Liverpool F.C. ganha expressão… De facto, ainda que despida de adeptos, ali entoam permanentemente as “vozes” de todos aqueles que partiram e que a bancada pretende homenagear, o que faz da Spion Kop maior do que qualquer estádio!

1 comentário:

Miguel Tavares de Pinho disse...

Não fazia ideia da origem do nome da bancada... Já aprendi uma coisa nova!